
Ex-primeira-dama mantém aceso o protagonismo de Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, ao embarcar para a posse de Donald Trump.
Michelle Bolsonaro, figura que tem conquistado crescente protagonismo na política brasileira, voltou a colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro das atenções ao embarcar para os Estados Unidos, onde representará o marido na posse de Donald Trump. No Aeroporto de Brasília, a ex-primeira-dama fez declarações marcantes, reforçando a narrativa de perseguição contra o ex-chefe de Estado, agora inelegível.
“É um certo medinho que eles têm do meu marido”, disparou Michelle, apontando o que considera uma estratégia para enfraquecer aquele que, segundo ela, permanece como o maior líder da direita no Brasil. Os números parecem dar força a esse argumento. Mesmo inelegível, Bolsonaro foi um catalisador político nas eleições municipais de 2024, ajudando a eleger um recorde de prefeitos e vereadores alinhados com suas ideias.
Essa estratégia de mobilização política ecoa um movimento histórico que já foi visto no Brasil, onde lideranças populares se mantiveram influentes mesmo afastadas do poder oficial. Getúlio Vargas, por exemplo, mesmo durante o exílio, permaneceu como uma figura central no imaginário político brasileiro, retornando com força após sua volta ao Brasil em 1951. Bolsonaro, à sua maneira, parece moldar uma trajetória semelhante, com a diferença de que a arena digital amplifica o alcance de sua base.
Michelle também reafirmou sua confiança na justiça divina e política, conectando os futuros governos de Trump e Bolsonaro como “abençoados”. Essa conexão internacional entre lideranças de direita reflete um alinhamento político-ideológico que ultrapassa fronteiras e demonstra a força das redes globais de apoio político.
Enquanto Bolsonaro enfrenta limitações impostas pelo Supremo Tribunal Federal, incluindo a retenção de seu passaporte, Michelle emerge como uma porta-voz do projeto político que ele representa. Sua presença nos Estados Unidos na posse de Trump é uma demonstração clara da continuidade dessa articulação, ainda que de maneira simbólica.
Michelle Bolsonaro não se limita a ser uma figura coadjuvante. Em discursos assertivos, ela reivindica protagonismo e reforça a resiliência de seu grupo político, mesmo diante de adversidades. O Brasil, um país que sempre assistiu à disputa acirrada entre forças opostas, testemunha mais um capítulo dessa história: a sobrevivência política de Jair Bolsonaro, mesmo à distância, ancorada pela voz e ação de sua esposa.
Essa história se soma a um enredo de idas e vindas na política nacional, onde o carisma de líderes transcende a elegibilidade. O desfecho? O tempo e as urnas dirão.
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