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Nem todo homem, mas sempre um homem!

  • Foto do escritor: Marcelo Teixeira
    Marcelo Teixeira
  • há 3 horas
  • 2 min de leitura

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Estamos vivendo uma pandemia de feminicídio. Homens mal resolvidos que não se conformam com o fim de um relacionamento ou simplesmente recusam a ouvir um não a uma investida partem para a agressão. O resultado é devastador: mulheres agredidas ou mortas das mais variadas formas.

 

Sabemos que nem todo homem age dessa forma. Os que o fazem, no entanto, provocam repulsa e tamanha indignação e revolta que tivemos, no último domingo, 7 de dezembro de 2025, manifestações por todo o país para dizer basta a tanta violência contra a mulher.

 

Homens não são educados a servir; por isso, não sabem servir. Numa família em que há dois filhos homens e uma filha mulher, a probabilidade de somente ela ser ensinada a pôr e tirar a mesa, lavar louça, cozinhar, varrer a casa etc. é enorme. Começa por aí, a educação machista que a própria mãe repete, de forma automática, para os filhos e filhas.

 

Há várias outras vertentes a levar em consideração. Entre elas, o fato de a educação do menino ser toda focada na agressividade. Para ser homem, é preciso saber bater, subjugar, derrotar, triunfar... Raramente o menino aprenderá a repartir, ser solidário, demonstrar medo quando o sentir etc. Para completar, o impulso sexual fará com que os homens subjuguem (e muitas vezes violentem) uns aos outros, para que fique evidente que os mais fortes e agressivos sempre levam a melhor.

 

Essa pretensa afetividade ligada a posturas e comportamentos agressivos fará com que tenhamos homens que precisam adotar uma série de posturas para mostrarem que são homens. Assim, quanto mais ingerirem bebidas alcoólicas, quanto mais correrem com o carro ou com a moto, quanto mais contarem vantagens acerca do desempenho sexual e quanto mais fêmeas abaterem, mais homens serão. Ou pensam que serão.

 

Acrescente-se a esse caldo a cultura patriarcal, conquistadora e escravagista (tudo calcado em subjugação, mando, crueldade e acúmulo de patrimônio) e temos casos como o que vimos nos últimos dias. Uma moça atropelada e arrastada por 1km em SP; duas outras assassinadas por um homem no RJ que não aceitava ter mulheres como chefes e mais outra queimada, junto com os filhos pequenos, em PE pelo companheiro, que pôs fogo na casa.

 

O assunto é deveras doloroso para que eu me estenda nos detalhes. Preciso, todavia, dar um recado para os homens: é preciso, caros amigos, que vocês se reúnam em grupos para debater sobre masculinidade tóxica, forma de educar meninos, homoafetividade, medo da homossexualidade, homofobia, machismo, misoginia, cultura do desempenho... Há vários autores gabaritados escrevendo a respeito, bem como psicólogos e educadores dispostos a conversar sobre tais assuntos, muitas vezes de forma voluntária. Afinal, o problema está conosco e depende de nós tecermos redes de solidariedade e de informação para tomarmos tenência e passarmos a ser mais sensíveis, sem medo de deixarmos de ser homens.

 

Marcelo Teixeira

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