Especialistas explicam os efeitos da alta temperatura na saúde e no meio ambiente
Se você sentiu que o calor está de fritar ovo no asfalto, não é impressão sua! Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão enfrentando a terceira onda de calor do ano e, dessa vez, os termômetros estão batendo recordes. E não é só o calor extremo que preocupa: a baixa umidade do ar potencializa a sensação térmica e impacta diretamente a saúde de todos. Mas o que realmente acontece com o nosso corpo e com o meio ambiente quando as temperaturas estão lá no alto?

Convidamos especialistas para explicar os efeitos desse calor intenso e como podemos minimizar os impactos na saúde e no ecossistema.
A onda de calor e a nossa saúde: desafios para o corpo humano
Nosso organismo é como uma máquina que precisa manter uma temperatura estável para funcionar bem. Quando o calor sobe demais, o corpo entra em estado de alerta. Segundo o professor André Coelho, especialista em Física, quando a temperatura ambiente está elevada, nosso corpo recorre à transpiração para resfriamento.
"O suor é um mecanismo eficiente de controle térmico, mas em ambientes úmidos, sua evaporação é comprometida, agravando a sensação de calor e aumentando o risco de superaquecimento corporal", alerta Coelho.
Além disso, a desidratação é um perigo constante. "Muita gente esquece de beber água regularmente, e isso pode levar a tontura, fraqueza e até desmaios", reforça o professor de biologia Flávio Landim. Em casos extremos, a exposição prolongada ao calor pode levar à insolação e ao golpe de calor, uma condição grave que pode causar desmaios e até problemas neurológicos.
Diante disso, é essencial reforçar alguns cuidados básicos:
Beba água ao longo do dia, mesmo sem sede;
Evite exposição direta ao sol nos horários mais quentes (entre 10h e 16h);
Prefira roupas leves e frescas;
Se puder, utilize umidificadores de ar ou mantenha o ambiente ventilado.
Como os animais estão lidando com o calor?
Não são apenas os humanos que sofrem. A fauna também sente os impactos das ondas de calor.
"Animais selvagens estão alterando seus hábitos para sobreviver: muitos buscam abrigo na sombra durante o dia e tornam-se mais ativos à noite. Porém, para algumas espécies, a adaptação não é tão simples, e a persistência de temperaturas elevadas pode ameaçar sua existência", explica Landim.
Além disso, os animais domésticos também precisam de atenção especial. Cachorros e gatos podem sofrer de hipertermia, então é essencial garantir sombra, água fresca e evitar passeios em horários quentes.
O calor e a segurança alimentar
A onda de calor também interfere na nossa alimentação. "Altas temperaturas aceleram reações químicas nos alimentos, fazendo com que estraguem mais rápido", explica o professor Michel Arthaud, especialista em Química. Isso significa que leite azeda mais rápido, carnes se deterioram em menos tempo e frutas e hortaliças perdem qualidade antes do esperado.
Dicas para evitar desperdício e intoxicação alimentar:
Evite deixar alimentos perecíveis fora da geladeira por muito tempo;
Priorize o consumo rápido de frutas e vegetais;
Redobre o cuidado com armazenamento e refrigeração de carnes e laticínios.
O que podemos fazer para amenizar os impactos do calor extremo?
Não dá para mudar o clima de um dia para o outro, mas pequenas atitudes podem ajudar a amenizar os impactos das ondas de calor no dia a dia. Medidas como aumentar a área verde em cidades, evitar o desperdício de água e apostar em soluções de construção sustentável podem fazer diferença a longo prazo.
Os especialistas são unânimes: ondas de calor serão cada vez mais frequentes, então é fundamental haver medidas preventivas e conscientização sobre os impactos dessas temperaturas extremas.
Então, bora se cuidar e manter-se informado! Afinal, calor é bom na praia, mas quando ultrapassa os limites, é preciso se proteger!
Para mais conteúdo sobre saúde e bem-estar, continue acompanhando a coluna Pàhnorama Saúde!
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