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Patrícia Galvão e Maria Lacerda de Moura: A história não contada

  • Foto do escritor: Syrinx Sycorax Hekatina
    Syrinx Sycorax Hekatina
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

Em uma série especial, mergulhamos nas vidas e atuações de duas das vozes mais radicais e esquecidas do feminismo brasileiro, explorando seus conflitos, suas ideias, como o machismo à brasileira soube silenciar seu legado e fragmentar suas lutas e histórias que ainda não foram contadas.


O início do século XX brasileiro foi um cenário efervescente a luta de mulheres que começaram a questionar e desafiar o lugar que lhes era designado: o lar. Foi nesse contexto que surgiram vozes tão incendiárias quanto dissonantes. Vozes que, hoje, a história oficial trata mais como nota de rodapé do que como capítulo central.


Nas próximas semanas será aqui apresentada a trajetória de duas gigantes: Patrícia Galvão, a Pagu e Maria Lacerda de Moura. A série não é apenas um resgate biográfico; é uma investigação sobre as relações dentro do movimento feminista, as tensões, exclusões e pelo poder corrosivo do patriarcado, que soube até mesmo semear discórdia entre aquelas que ousavam combatê-lo. Enfatizando também a representatividade da memória dessas mulheres na sociedade.


Na narrativa, é evidenciada que em uma sociedade controlada por uma elite intelectual e política majoritariamente masculina, conseguiu com excelência explorar divergências e transformá-las em rivalidade. De um lado Pagu, a musa antropofágica e militante comunista, de outro, Maria Lacerda de Moura, intelectual anarquista e libertária, ambas mulheres com propósitos e lutas extremamente similares, mas com diferentes estratégias, transformadas em rixas pessoas enfraquecendo o objetivo em comum. E que sofrem do mesmo mal, o apagamento histórico que opera de forma seletiva, privilegiando algumas narrativas em detrimento de outras.


A série será dividida em quatro blocos, onde num primeiro momento será contextualizado o tempo e o espaço incluindo história das ativistas em voga. Na segunda parte será apresentado os conflitos na forma da implantação dos ideais, no terceiro bloco será explanado sobre o apagamento da memória das feministas e o descaso com as suas fontes primárias. E por fim, enfatizar a importância da atuação de Pagu e Maria Lacerda de Moura, que mesmo após a morte continuam sendo 'perseguidas' pelo sistema patriarcal.


A luta é constante, pois não basta ser uma mulher revolucionária. É preciso enfrentar o julgamento dos próprios companheiros de luta e o peso de uma sociedade que não tolera a mulher que fala, pensa e ama por conta própria, e vigiar constantemente para não cair, nas armadilhas do sistema patriarcal criadas para nos separar e diminuir.


Patrícia Galvão e Maria Lacerda de Moura
Imagem elaborada por Syrinx Sycorax

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jornalista.tamyristorres
há 5 dias
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Excelente a iniciativa de escrever uma série sobre estas mulheres!

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