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REDES SOCIAIS: A Crise Atual das Redes Sociais na Atualidade (Parte 2)

SEGUNDA PARTE DO ARTIGO SOBRE REDES SOCIAIS
Mark Zuckenberg, um homem baixo, branco, de cabelos claros e cacheados, com uma mcamiseta preta, sentado, com um relógio na mão esquerda e uma medalha de ouro no pescoço
Mark Zuckenberg anunciando mudanças no Facebook

Com o crescimento de novas tecnologias, ao longo dos anos uma série de aspectos se desenvolveram no ambiente digital. Um dos pontos centrais envolve a crescente preocupação com a privacidade dos dados e como as informações pessoais são coletadas e utilizadas pelas plataformas. Segundo uma matéria no Canaltech, só no Brasil esse tipo de ocorrência gera um prejuízo médio de R$ 5,8 milhões por ano. A implementação de regulamentações mais rigorosas sobre proteção de dados tem forçado as redes sociais a reverem suas práticas e políticas de privacidade. O Brasil é considerado um país avançado nesse aspecto, tendo publicado em 2020 a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As plataformas investiram em tecnologias de detecção e combate à desinformação, mas o problema persiste e evolui constantemente.

A disseminação de desinformação e notícias falsas continua sendo um desafio crítico, especialmente em períodos eleitorais e durante crises globais. A Internet e as mídias e redes sociais nos trouxeram a pós-verdade, um disparate que se tornou comum e prejudica a sociedade como um todo, só se tornou verdade do que está postado nas redes. O que afeta a percepção de verdade de muitas pessoas.

A saúde mental dos usuários nesse momento também emerge com preocupação central, com estudos indicando correlações entre o uso intensivo de redes sociais e problemas como ansiedade, depressão, senso de realidade e baixa autoestima. Esses aspectos da Internet tem levado a discussões de muitos pensadores sobre o design ético das plataformas e a necessidade de recursos mais palpáveis ao alcance de pais e educadores que promovam um uso mais saudável. O fenômeno dos "algoritmos de bolha" também permanece até os dias de hoje como um desafio significativo, criando câmaras de eco que podem amplificar polarização e extremismo.

O avanço da Inteligência Artificial (IA) e seu uso nas redes sociais também trazem novos e urgentes desafios, como a moderação automatizada de conteúdo e a detecção de contas falsas e comportamentos manipulativos que oferecem perigos reais aos usuários da rede.

A concentração de poder nas mãos de grandes empresas de tecnologia – as chamadas Big Tech – continua gerando debates sobre monopólio e a necessidade de maior regulamentação do setor. Como, por exemplo, questões sobre concorrência justa e o impacto das decisões dessas empresas na sociedade que são temáticas relevantes; como a queda recente de ações – avaliada em 1 trilhão – de empresas de Inteligência Artificial como a OpenAi após o lançamento da chinesa Deepseek.

Em 2025, as redes sociais enfrentam uma crise multifacetada que abala seu funcionamento. A crescente desinformação e polarização nas redes sociais se intensificaram, exacerbadas por algoritmos que priorizam o conteúdo sensacionalista e divisivo onde verdades alternativas tomam o lugar do debate construtivo.

Além disso, a privacidade dos dados de usuários se tornou uma grande preocupação, devido os crimes que estão ocorrendo usando os dados. A coleta massiva de dados para fins comerciais e políticos, muitas vezes sem o consentimento explícito dos indivíduos, gerou um aumento nas discussões sobre a necessidade de vigilância e controle digital. Plataformas são criticadas por falharem em proteger a informação pessoal e, em muitos casos, até em assegurar que os usuários saibam exatamente o que está sendo coletado e para que finalidade. Trazendo mais uma vez o exemplo da IA, as plataformas começaram a ser analisadas e receber reclamações após pronúncia dizendo que as postagens dos usuários seriam usadas para treinamento de suas IAs.

Atualmente, as redes sociais ainda são um pilar da comunicação e interação humana, mas enfrentam um momento de redefinição. Organizações como universidades e órgãos públicos estão buscando alternativas mais responsáveis e transparentes, ao passo que os usuários estão cada vez mais exigindo um maior controle sobre seus dados e um uso mais ético da tecnologia. O futuro das redes sociais dependerá de como essas questões serão abordadas e resolvidas, seja por regulamentação governamental ou por novas formas de governança digital.

A permissão de conteúdo que permite postar mensagens que associam questões de identidade de gênero e orientação sexual a "doenças mentais" causou um alvoroço após anúncio de Mark Zuckenberg. Pessoas e entidades levantaram sérias preocupações sobre o bem-estar e a segurança de comunidades LGBTQIAPN+. Para organizações de direitos civis e grupos de defesa, estas alterações representam um retrocesso expressivo nos esforços para combater a desinformação e o preconceito nas redes sociais. A longo prazo, estas alterações podem influenciar outras plataformas de mídia social que abordam a moderação de conteúdo e a proteção de grupos minoritários.

As mudanças recentes no X (anteriormente Twitter) e no Facebook (agora parte da Meta) refletem transformações profundas no ecossistema das redes sociais, com implicações significativas para como os usuários interagem e se comportam nas plataformas. No caso do X, a reestruturação sob a liderança de Elon Musk trouxe uma nova dinâmica, com um aumento na ênfase na monetização por meio de assinaturas e conteúdo pago. Isso tem impacto direto na acessibilidade, pois muitos usuários podem ser desencorajados ou excluídos das interações se não puderem pagar por recursos adicionais, como o selo de verificação ou conteúdos exclusivos.

Além disso, a mudança de foco do X para conteúdos mais polêmicos e controversos, associada à redução da moderação de conteúdo, aumentou a polarização e a disseminação de desinformação, considerando que postagens com temas mais polêmicos tendem a gerar maior engajamento. Como consequência, uma parte significativa da base de usuários que ao navegar procura um ambiente mais seguro e equilibrado para discutir ideias se afastou da plataforma. No caso do Brasil, muitos usuários estão abandonando o X e utilizando a rede social BlueSky; cuja missão é “construir juntos uma empresa lucrativa onde as pessoas se respeitem, cuidem do meio ambiente e inspirem um legado para o futuro”.

No Facebook, as mudanças impulsionadas pela Meta estão centradas na construção do Metaverso, que representa uma tentativa de transição para uma realidade virtual e aumentada. As plataformas do Facebook, como o Instagram e o WhatsApp, estão cada vez mais integradas ao ecossistema de anúncios e comércio eletrônico.

Ao passo que parte da população pode se adaptar às novas funcionalidades e formatos, existe um crescente receio sobre o aumento da vigilância digital e da invasão de privacidade, especialmente com a coleta de dados para anúncios e a manipulação de algoritmos. Além disso, a crescente comercialização dessas plataformas pode gerar uma sensação de superficialidade nas interações, com a experiência se tornando cada vez mais voltada ao consumo de produtos e serviços em detrimento das relações sociais genuínas, como a aproximação de pessoas e temas mais significativos, como urgência climática, instauração da paz de conflitos que arrasam comunidades inteiras.

Há longo prazo, essas mudanças podem resultar em uma fragmentação do uso das redes sociais, com os usuários migrando para plataformas alternativas que ofereçam maior controle, transparência e privacidade, ou até mesmo para redes descentralizadas que desafiem o modelo centralizado de empresas como X e Meta. A tendência será de uma rede social mais diversificada, mas também mais polarizada, onde o controle sobre o conteúdo e a experiência online será um ponto de constante negociação entre empresas, usuários e reguladores.

Podemos nos perguntar seria então o futuro para as redes sociais? Estamos indo para uma nova era na internet? A polarização extrema nas redes sociais pode atingir um ponto crítico onde as plataformas se tornarão tão tóxicas que os usuários mais ferrenhos fiéis começarão a abandoná-las? Seria a volta dos fóruns e blogs?

São muitas perguntas. Ainda há muito o que se desenrolar!

1 Comment

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Lisete Bertotto correa
Lisete Bertotto correa
Apr 29
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Muito interessante! Precisamos entender o que passa nas redes para resolver os problemas.


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