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Da redação

Visibilidade Trans, Um Olhar Urgente sobre os Desafios Persistentes

Uma Chamada Urgente para o Enfrentamento da Transfobia


Brasília(DF), 29/01/2024 - A Secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat Brito, a ministra da Saúde Nísia Trindade e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participam da comemoração dos 20 anos do Dia Nacional da Visibilidade Trans. Foto:Wilson Dias/Agência Brasil

Dia 29 de janeiro, celebramos o Dia da Visibilidade Trans, uma data que vai além de simples comemorações, mas que nos convoca a uma reflexão profunda e uma ação concreta contra a crescente onda de transfobia no Brasil. Neste momento crucial, é imperativo destacar a importância da mobilização coletiva em defesa da diversidade e contra os ataques sistemáticos dirigidos às pessoas trans, que, infelizmente, têm sido alvo prioritário de milícias antigênero.


Dados alarmantes divulgados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam uma realidade assustadora. A violência física e psicológica contra travestis e transexuais brasileiras atinge índices alarmantes, com um número chocante de assassinatos. A população trans negra, em particular, representa 79,8% das vítimas, sendo muitas delas jovens entre 13 e 29 anos, como aponta a pesquisa da ANTRA realizada em 2023.


É inegável que as narrativas antitrans disseminadas por grupos de extrema-direita e outras correntes conservadoras têm contribuído para a perpetuação desses atos violentos. É hora de romper com a omissão do passado e adotar uma postura efetiva e comprometida na promoção da diversidade de identidades de gênero. Não podemos mais tolerar anos de silêncio e inação frente à urgência da inclusão da população LGBTQIA+.


Neste Dia da Visibilidade Trans, é crucial destacar figuras trans que estão fazendo a diferença em todas as áreas da sociedade. Pessoas como Liniker, ícone trans na indústria do entretenimento, e a jornalista e escritora Amara Moira, que desafia estereótipos e promove uma visão mais inclusiva na mídia.


Diante desses desafios, é um apelo uníssono das pessoas trans para que o Brasil assuma um compromisso sério em enfrentar os altos índices de genocídio dessa população. É mais do que um pedido; é uma exigência por justiça, respeito e igualdade. O Dia da Visibilidade Trans é um convite para agirmos publicamente em favor da diversidade, promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.


A Luta pela Visibilidade Trans: Desafios Sob Governos de Direita e Extrema Direita

Em um contexto mundial marcado por transformações políticas, a questão da visibilidade trans ganha ainda mais relevância, revelando-se um desafio sob governos de direita e extrema-direita. Em um olhar crítico sobre a realidade, dados alarmantes sobre a violência contra trans e travestis nesse cenário revelam a urgência de discutirmos e agirmos para garantir direitos fundamentais.


A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) destaca, por meio de números angustiantes, como as políticas adotadas por governos conservadores têm impacto direto na segurança e bem-estar dessa população. Ao observar os índices de violência, nota-se um aumento significativo sob regimes de direita e extrema-direita, onde o respeito à diversidade e aos direitos humanos muitas vezes é colocado em segundo plano.


Dados estatísticos apontam que, em governos dessa orientação política, as taxas de assassinatos de pessoas trans e travestis são mais elevadas. Esse triste cenário reflete não apenas a falta de políticas inclusivas, mas também o aumento da hostilidade e da intolerância, elementos que alimentam o ciclo de violência contra a comunidade trans.

Em países onde líderes de extrema-direita assumem o comando, como o Brasil e alguns países europeus, observamos um aumento alarmante nos índices de transfobia. O discurso inflamado contra a diversidade de gênero tem implicações diretas na segurança e na vida das pessoas trans, ampliando as barreiras para uma convivência pacífica e inclusiva.


O Dia da Visibilidade Trans surge não apenas como uma celebração, mas como um chamado urgente para a conscientização e a resistência. É essencial que, em meio a governos que negligenciam direitos fundamentais, a sociedade civil se una para reivindicar respeito, igualdade e segurança para a população trans.


Ao enfrentarmos a realidade da violência exacerbada sob governos de direita e extrema-direita, é preciso questionar e repensar as políticas que perpetuam a marginalização dessa comunidade. A visibilidade trans é um direito inalienável que deve ser assegurado, independentemente da orientação política de um governo.

Assim, no Dia da Visibilidade Trans, convidamos todos a refletirem sobre o papel crucial que desempenhamos na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. A luta pela igualdade transcende fronteiras políticas e é um compromisso que cada um de nós deve abraçar para transformar a realidade da população trans.


Londres Revela-se Palco de Desafios para Irmãs Trans em Meio ao Dia da Visibilidade Trans


Em um ato de coragem durante as celebrações do Dia da Visibilidade Trans, as influenciadoras Suellen Carey, 36, e Carla Potyra, 39, decidiram quebrar o silêncio e expor as cruéis situações de transfobia que enfrentam desde que deixaram o Brasil em busca de respeito e aceitação em Londres.


"Optamos por falar agora, durante o Dia da Visibilidade Trans, para evidenciar as situações que enfrentamos aqui em Londres. Queremos chamar a atenção para a realidade que muitos transgêneros encaram diariamente, mesmo em lugares que acreditamos serem mais tolerantes", revela Suellen.

Foto: Instagram @suellencarey.uk / CO – Assessoria

As irmãs, nascidas em Belo Horizonte, compartilharam de inúmeras experiências perturbadoras de discriminação, incluindo um incidente em uma loja de celulares que as levou a acionar a polícia. "Ficaram nos difamando e xingando, simplesmente porque somos trans. É triste perceber que, mesmo em uma cidade como Londres, ainda enfrentamos atitudes tão discriminatórias", desabafa Carla.


Essa afirmação ecoa uma realidade que acompanha as irmãs desde a infância. "Sofremos transfobia em dose dupla desde a infância", declaram Suellen Carey e Carla Potyra, destacando a persistência dos desafios enfrentados ao longo de suas vidas.


O descontentamento das irmãs não se limita apenas às experiências pessoais. Elas apontam para o atual primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, de extrema-direita e conservador, como um fator contribuinte para o aumento da transfobia no país desde 2022. "Desde a entrada do primeiro-ministro de extrema-direita, as pessoas se tornaram mais transfóbicas", enfatiza Suellen.


A preocupação das irmãs ultrapassa as experiências individuais. Recentemente, a comunidade trans em Londres foi abalada por um incidente brutal, no qual uma adolescente de apenas 16 anos foi esfaqueada simplesmente por ser transgênero. "Isso é inaceitável. A violência contra a comunidade trans atinge níveis alarmantes, e é preciso conscientizar as pessoas sobre a gravidade dessa situação", declara Carla.


Outro ponto destacado pelas irmãs é a reação das pessoas ao descobrirem que são irmãs. "É curioso observar a reação das pessoas ao descobrirem que somos irmãs. Parece que ainda existe um estigma em torno da ideia de transgêneros formarem laços familiares", observa Suellen.


Com coragem e determinação, Suellen Carey e Carla Potyra esperam que, ao compartilharem suas histórias, possam contribuir para a conscientização e o combate à transfobia, não apenas em Londres, mas em todo o mundo. O Dia da Visibilidade Trans serve como um lembrete de que a luta pela igualdade e respeito continua, mesmo em meio aos desafios enfrentados por aqueles que ousam ser autênticos.


Ministério dos Direitos Humanos Celebra 20 Anos de Visibilidade Trans com Enfoque Crítico na Violência


Brasília (DF), 29/01/2024, Iluminação especial no Palácio da Justiça em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) promoveu, na última segunda-feira (29/1), um evento em homenagem aos 20 anos do Dia da Visibilidade Trans. Durante a ocasião, o foco foi direcionado para o lançamento do dossiê "Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2023", elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), e a entrega do Prêmio Fernanda Benvenutty, que reconhece iniciativas em prol dos direitos da comunidade trans.


O ministro Silvio Almeida expressou sua gratidão à comunidade LGBTQIA+, destacando que a luta representa "aquilo que o Brasil tem de mais importante e relevante". Reafirmou o compromisso com as pessoas trans, reconhecendo a oportunidade de "servir o país".


Almeida enfatizou a necessidade de abordar questões como educação, saúde, trabalho, emprego, renda e segurança pública, relacionando-as diretamente à comunidade trans. Destacou que a cidadania e a democracia no Brasil dependem do pleno exercício dos direitos da população LGBTQIA+.

Durante a cerimônia, foram concedidas 20 homenagens, coletivamente chamadas de Prêmio Fernanda Benvenutty, em reconhecimento a iniciativas que buscam ampliar os direitos das pessoas trans. A primeira homenagem, na categoria ancestralidade, foi entregue às ativistas Keila Simpson, Indianarae Siqueira e Giovana Cardoso da Silva, reconhecidas por sua longa trajetória na defesa dos direitos humanos da população trans brasileira.


A apresentação do Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2023, conduzida pela Secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, revisitou uma crítica contundente. Benevides apontou que membros do poder público utilizam discursos transfóbicos sob a pretensa preocupação com as mulheres, perpetuando o ódio contra pessoas trans e travestis.


O dossiê revelou um aumento de 10,7% nos assassinatos em 2023, totalizando 145 casos. Travestis e mulheres trans foram as principais vítimas, representando 94%, enquanto homens trans ou pessoas trans masculinas somaram 6%. A maioria das vítimas tinha até 29 anos, sendo travestis e mulheres trans, negras e jovens responsáveis por 80% dos casos.


Adicionalmente, Benevides destacou pelo menos 69 tentativas de homicídio no mesmo período. Contrapondo essa violência, ela lamentou o aumento na procura por conteúdo erótico de pessoas trans no Brasil, evidenciando uma dualidade preocupante na sociedade.


Em meio à celebração do Dia da Visibilidade Trans, o evento ressaltou a necessidade urgente de uma abordagem crítica e comprometida com a promoção dos direitos dessa comunidade no Brasil.



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