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AfroFashion 2025 apresenta o concurso “África em Nós” e reposiciona a moda negra periférica no centro do Rio de Janeiro

  • Foto do escritor: Faby Souza
    Faby Souza
  • 25 de jul.
  • 3 min de leitura

AfroFashion 2025 apresenta o concurso “África em Nós” e reposiciona a moda negra periférica no centro do Rio de Janeiro
Divulgação

Na pulsação viva do centro do Rio de Janeiro, a moda negra contemporânea toma o seu lugar com beleza, força e ancestralidade. Nesta sexta-feira, 25 de julho, às 18h, o IED Rio (Istituto Europeo di Design) abre suas portas para o concurso “África em Nós”, parte do projeto AfroFashion 2025 — um marco para o calendário cultural e uma declaração política em forma de tecido, corpo e identidade.

Mais que um desfile, o evento é um desfileato: ato de beleza e afirmação estética negra, onde cada ponto de costura carrega memória, resistência e futuro.

Afrotribo: duas décadas costurando autoestima e potência

AfroFashion 2025 apresenta o concurso “África em Nós” e reposiciona a moda negra periférica no centro do Rio de Janeiro
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Idealizado por Paula Tanga, mulher preta de Santo Antônio de Pádua e moradora de São Gonçalo, o projeto Afrotribo chega aos 20 anos como símbolo de transformação social através da moda. Assistente social de formação e ativista de essência, Paula transformou a estética em ferramenta de empoderamento e inclusão social de jovens negros em situação de vulnerabilidade. Foi assim que nasceu o AfroFashion: da necessidade urgente de valorizar e legitimar a moda afrobrasileira em um mercado historicamente excludente.

Em parceria com a UNIRIO e o Prêmio Ubuntu de Cultura Negra, a Afrotribo afirma que moda, no Brasil, tem cor, território e origem.

Um desfile que é coletivo, ancestral e político: AfroFashion 2025

AfroFashion 2025 apresenta o concurso “África em Nós” e reposiciona a moda negra periférica no centro do Rio de Janeiro
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O concurso "África em Nós" é o ponto culminante de uma imersão criativa realizada entre os dias 16 e 18 de julho com nove estilistas negros periféricos — muitos autodidatas e veteranos ainda invisibilizados no mainstream. Durante três dias, eles vivenciaram trocas, estudos e criações baseadas em ancestralidade, sustentabilidade e inovação estética.

Cada estilista apresentou três looks autorais, usando técnicas como patchwork, tingimento artesanal e upcycling. O resultado é uma coleção coletiva com alma, pertencimento e identidade — produzida por mais de 60 profissionais negros entre modelos, estilistas, cabeleireiros, maquiadores, produtores, figurinistas e técnicos.

A passarela será ocupada por 30 modelos negros de corpos dissidentes, periféricos e diversos, ressignificando o que é padrão e o que é luxo. A beleza do desfile será assinada por 16 profissionais periféricos especializados em estética negra e corpos plurais.

Destaques da cena preta na passarela

Entre os nomes envolvidos nesta edição estão:

  • Moisés Karan – CEO da School Models, referência na revelação de talentos negros.

  • Mara Silva – estilista e CEO do Cretismo, ateliê especializado em moda afrocentrada.

  • Rosânia Carvalho – especialista em upcycling e moda circular.

  • Monique Gomes – stylist e maquiadora com atuação na moda e audiovisual.

  • Jheny Conceição – maquiadora e cabeleireira com foco em beleza negra.

Também participam desta edição a figurinista Carla Costa, os modelos com projeção internacional Matheus Couto, Suzana Angel e Renan Moura, além das criadoras Karine Priscila (Negritas) e a própria Jheny Conceição, que também assina beleza.

O projeto conta com aliados antirracistas como Andréa Carvalho (Papel Semente), Almir França, Luiz Holif, Francisco Martins, e o apoio do IED Rio, representado por seu coordenador Alexandre Rese.

A abertura: Quilombo Barro Preto, com Dih Moraes

O desfile começa com a coleção “Quilombo Barro Preto”, do estilista Dih Moraes, jovem quilombola de Jequié (BA) que ganhou notoriedade no São Paulo Fashion Week. Em sua estreia no Rio, Dih traz uma coleção feita com 90% da produção realizada por mulheres quilombolas, usando algodão orgânico, couro vegano de cactos, crochê, palha e barro como matéria-prima e manifesto.

Compondo o desfile de abertura estão as atrizes Roberta Rodrigues e Aline Dias, e o performer Demerson D'Alvaro, aclamado por sua representação de Exu na Marquês de Sapucaí.

África em Nós: porque ser moda é também ser movimento

AfroFashion 2025 apresenta o concurso “África em Nós” e reposiciona a moda negra periférica no centro do Rio de Janeiro
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Em tempos de apagamento, afirmar-se é revolução. O AfroFashion 2025, ao trazer o concurso “África em Nós” para o coração do Rio, mostra que a moda preta não é tendência — é território de permanência. É onde história, saberes ancestrais, estética, política e afeto se entrelaçam.

É onde corpos negros caminham com dignidade, vestem suas histórias e brilham com liberdade.

SERVIÇO

AfroFashion 2025 – Concurso "África em Nós"

Data: 25 de julho, sexta-feira

Horário: 18h (credenciamento às 17h)

Local: IED Rio (Istituto Europeo di Design) – Casa D’Italia

Endereço: Av. Presidente Antônio Carlos, 40 – Centro, Rio de Janeiro

Entrada Gratuita | Sujeita à Lotação

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