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Faby Souza

Racismo no Quilombo "O Samba"

A argentina Carolina de Palma
Casal imitando macacos em roda de samba carioca afrontam a lei que garante racismo como crime inafiançável no Brasil - Foto: Reprodução do frame - Créditos: Jackeline Oliveira

Os casos de racismo têm aumentado gradativamente no nosso país. Será necessária uma força-tarefa para combater atos racistas na nossa sociedade. Precisamos dar um "basta"! No último dia 19 de julho, na roda de samba Pede Teresa, um ponto de encontro cultural e ancestral que acontece todas as sextas-feiras na Praça Tiradentes, na região central do Rio, foi palco de um ato extremamente racista, onde duas pessoas brancas fizeram gestos imitando "macacos" livremente, sem qualquer vergonha ou constrangimento, diante de todos que estavam ali se divertindo.


A jornalista Jackeline Oliveira, quem gravou as imagens com a câmera do celular, se indignou com a atitude desse casal e fez um desabafo: "Eles estavam extremamente à vontade em cometer aqueles atos racistas, como se a lei não pudesse chegar até eles. A gente sabe que existem diversos casos de racismo que são denunciados por ano. O Rio de Janeiro vem crescendo em denúncias, não porque as pessoas não sofriam com racismo, mas porque agora elas se sentem mais seguras e mais empoderadas para denunciar. Só que ainda há uma falha nesse processo."

Casal imitando macacos em roda de samba carioca afrontam a lei que garante racismo como crime inafiançável no Brasil - Foto: Reprodução do frame - Créditos: Jackeline Oliveira
Casal imitando macacos em roda de samba carioca afrontam a lei que garante racismo como crime inafiançável no Brasil - Foto: Reprodução do frame - Créditos: Jackeline Oliveira

A Roda de Samba Pede Teresa é um encontro de ancestralidade, o samba é a voz do povo preto, é o lugar de aquilombamento. Um dia que deveria celebrar o aniversário de um dos responsáveis, Wanderson Luna, se tornou um palco de horror e desrespeito. "Ali é um lugar democrático, feito por pessoas pretas e, mesmo assim, sofremos racismo", declarou Luna.

"Tratar isso como natural é desumano e desrespeitoso", relatou uma das frequentadoras da roda.

O caso está sendo investigado pela Decradi - Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que em nota declarou que testemunhas foram ouvidas na última segunda-feira (22/07). A jornalista Jackeline Oliveira teve o apoio da vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal, do representante do Pede Teresa, Wanderson Luna, e de advogada. A investigação está em andamento para identificar e punir os autores.

 Na delegacia Jackeline Oliveira, a vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal e o representante do Pede Teresa, Wanderson Luna - Créditos - Jackeline Oliveira
Na delegacia, Jackeline Oliveira, a vereadora Monica Cunha, presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal e o representante do Pede Teresa, Wanderson Luna - Créditos - Jackeline Oliveira

Racismo é crime previsto na Lei 14.532/2023, publicada em janeiro de 2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo. Com isso, a pena tornou-se mais severa, com reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Não cabe mais fiança e o crime é imprescritível.

Em entrevista, a jornalista destacou a sua tristeza e lamentou profundamente o que havia acontecido naquela noite. "Expor esses criminosos racistas nos veículos de comunicação tem sido extremamente importante para que eles sejam penalizados e responsabilizados pelos atos criminosos que cometeram na última sexta-feira. Nós não vamos parar, não vamos recuar, até que eles sejam encontrados e responsabilizados, porque esse não será mais um caso de racismo. Eles estavam dentro de um quilombo, dentro de uma roda de samba, predominantemente preta, e acharam que poderiam fazer o que quisessem."

Diversos artistas se manifestaram nas redes sociais, como a professora e influenciadora Dra. Bárbara Carine: "Respeitem o samba! Respeitem a nossa negritude!"

A Roda de Samba Pede Teresa se manifestou nas redes sociais, convocando toda a população carioca para um ato de luta contra o racismo, que acontecerá no próximo dia 02 de agosto na Praça Tiradentes, no Rio.



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