
Nos últimos dias, um trecho de conversa no Big Brother Brasil gerou repercussão ao trazer a discussão sobre a importância das tranças e da representatividade negra na mídia. Três participantes discutiram como figuras como Iza e Taís Araújo foram fundamentais para normalizar o uso de cabelos afros trançados na televisão e na sociedade. Para muitos, a presença dessas celebridades ajudou a iniciar um processo de aceitação e reconhecimento desses penteados, que carregam um forte significado cultural e histórico.
Essa discussão não é inédita no programa. Em outras edições, temas relacionados à identidade negra, ancestralidade e estética afro também foram abordados. No entanto, em um momento em que casos de racismo estrutural continuam surgindo no Brasil e no mundo, trazer esse debate para o horário nobre da TV aberta é essencial.
As tranças são muito mais do que um estilo de cabelo. Para diversas culturas africanas, elas representam status, idade, pertencimento e até mesmo mensagens codificadas em tempos de opressão. No Brasil, onde o racismo ainda afeta diretamente o mercado de trabalho e o padrão de beleza imposto às mulheres negras, ver esse penteado sendo reconhecido e valorizado na mídia fortalece o sentimento de pertencimento e autoestima.
Além do impacto na identidade pessoal, o crescente movimento de aceitação da beleza natural está ligado às tendências, que incentivam um autocuidado mais consciente, sustentável e livre de padrões irreais. Cada vez mais mulheres estão se libertando da pressão estética e resgatando a beleza autêntica, sem precisar atender a um modelo imposto.
O que se viu no BBB foi mais do que uma conversa casual: foi um ato político, um passo importante para que mais pessoas compreendam a riqueza da ancestralidade negra e respeitem a diversidade dos corpos e cabelos. Ver as tranças sendo celebradas como símbolo de resistência, identidade e liberdade é um avanço que merece ser reforçado dentro e fora da TV.
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